sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

AS CHUVAS... OS IRREGULARES...

Aqui, do outro lado da ponte, nós quase ficamos sem ponte depois das últimas cheias.

Os noticiários sobre as enchentes nos entristecem e nos indigna. Meu Deus, quanto estrago... Quantas vidas ceifadas! E o pior é que os estragos de São Paulo vão se ofuscando tamanha a tragédia do Rio... O Rio de Janeiro.

Mas é preciso olhar pra São Paulo, as coisas do Rio deixamos para as mobilizações de lá, por enquanto.

Por aqui, há falas constantes que nos irritam a todos. Por vezes a catástrofe é problema Divino. “Nunca na história dessa cidade choveu tanto...” Outras vezes a culpa é do povo... O povo é porco... Ou tudo isso acontece por causa dos irregulares...

Será!!!

Os argumentos de que choveu muito revelam que se gasta com tecnologia para previsão e depois não se sabe qual a finalidade delas. Não era pra ser surpresa. Será que é?

O povo culpado é argumento descarado. Como assim? Quem fala do povo não é povo? Será que temos uma eminência parda metapópolis?

E os irregulares? Há em São Paulo uma herança fascista que tenta transformar os pobres em ilegais. Essa cidade é irregular. Vejam as coberturas asfálticas em todos os cantos, a falta de mata ciliar nas marginais dos principais rios, o número crescente de edifícios cada vez maiores. Mas os que vivem expulsos nas bordas da cidade são irregulares, se são pobres. Rico pode ter mansão nas margens das represas sem ser irregular. Chega de hipocrisia.

Ta faltando Ministério Público nessa jogada. Precisamos de ações civis públicas contra as prefeituras e o Governo do Estado. Não da mais pra ver prefeitos e governadores se queixarem da má sorte. No frigir dos ovos são culpados por homicídio e omissão.

Nós não agüentamos mais esse estado de coisas. É preciso que haja equidade de políticas públicas para que não tenhamos igualdade de catástrofes.

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